Este post seria um comentário sobre minha ignorância a respeito da produção literária pornochanchada brasileira contemporânea. Iria comentar sobre meu preconceito (já desfeito) com as obras dos autores de agora e sobre como eu não entendo a razão do sexo (alternativo) ser tão importante para as narrativas. Iria fazer um ensaio sobre a relação dos ‘prazeres dissidentes’ com os leitores dessa literatura. Iria refletir qual era a minha barreira dentro do tema e, pensando nisso, decidi escrever um parágrafo com o único tabu para mim em matéria de sexo descrito em páginas e que ainda não vi ser explorado pelos autores contemporâneos. A meleca de nariz:
Para terminar a foda, ele gostava de chupar meleca. Mantinha Viviane imobilizada em uma chave de braço e, com uma das mãos, obstruía a boca dela. A dele abocanhava o nariz desprotegido. Chupava gostoso os fluidos salgados, bactéricos, translúcidos ou esverdeados. Perscrutava as narinas com a língua. Libertando-a, gozava sobre os olhos vidrados, asfixiados. Viviane caía desfalecida na cama, lábios arroxeados, o nariz cor de sangue, a porra cegando, imóvel, fetal. Daquela vez, murmurou: o tapa. Ele a observava apaixonado, doía amar assim. Levantou-se e desferiu-lhe um tapa na cara, ela grunhiu, sorriu, gozara.
Terminado, a estranheza e a ânsia de vômito dissiparam-se. É, acho que acabei de vencer meu limite com meleca de nariz. Problema resolvido, fiquei com preguiça de escrever o resto do post, então deixo apenas a minha contribuição pras referências escatológicas.