No pequeno município de Jacarepangua, a 22 quilômetros da capital do estado de Erzegovina, dois morreram no que alega-se ser uma discussão invertida por conta de amor possivelmente não correspondido.
Toma-se como invertida a discussão porque não houve atrito, filosofou o delegado encarregado do caso, que não cabe aqui nomear. Uma falou, o outro calou, engasgou, pisou no freio incidentalmente e o carro, notoriamente conhecido por sua falta de estabilidade a qualquer velocidade, deu duas piruetas e estatelou-se no chão. Esclareceu o oficial. A família de Joana nega todas as informações e a de Antônio não quis se pronunciar.
Acontece que, natural de Pirarapora, Joana Faria, 34 anos, declarou-se enlouquecidamente apaixonada por Antônio Ferrinho, que dirigia o Flat Ouro modelo 94 onde os dois se encontravam a uma velocidade estimada de 45km por hora, sobre a rua de paralelepípedos do centro cultural de Jacarepangua.
O carro capotou, e, ambos os ocupantes, inconscientes, aguardaram com vida até que um morador se desse conta do ocorrido. Mas aí já era tarde e não houve tempo nem de deslocar os pré-defuntos para o longínquo hospital mais próximo, decidindo o morador portanto a encaminhar Joana e Antônio ao cemitério, onde, segundos depois, deram os respectivos últimos suspiros.
Os corpos, como em se tratando de amor não consolidado, foram sepultados em covas separadas, cada qual no loteamento de propriedade familiar.
O prefeito de Jacarepangua lamentou o ocorrido, salientando que Joana e Antônio eram os últimos jovens em idade reprodutiva da região, e, direcionando um olhar inquisitor para a mãe de Joana, que chorava baixinho no ombro de seu marido, padrasto da morta, adicionou: e se não fosse a precipitação da juventude, ainda estariam aqui.
Deu-se portanto o ponto final no caso, das mortes e do amor não começado pela decisão precipitada de Joana. Destaca-se que a prefeitura mandou confeccionar placas de não surpreenda o motorista para serem instaladas na rua dos paralelepípedos.