
Croc Monsieur daqui
Fui ao Biografias com a missão de terminar o que eu tinha começado no sábado. Comer o Croc Monsieur (e tomar o café do circuito). Chegando lá, mando bala no pedido do croc, já salivando. A garçonete se afasta e, numa rápida passada de olhos no cardápio, constato que no Biografias serve francesinha! E eu tinha pensado justamente nela quando vi esse croc pela primeira vez, afinal, ele também é um sanduiche numa sopa. Na próxima oportunidade, comerei francesinha no Biografias.
Algum tempo depois (suficiente para que eu pudesse escutar toda a narrativa da vida sexual da moça da mesa ao lado que contava, sob o ponto de vista de uma mulher experiente, sobre moços mais jovens que tinha pegado) chega o tão aguardado sanduba e, talvez pelo lugar estar mais iluminado, não me parece tão bonito quanto da vez em que eu me apaixonei. Ainda assim, era um prato respeitável: resumindo, é um misto quente com umas firulinhas numa sopa branca rasa. Acho que o pão era italiano tostado numa chapa, o presunto de parma, e o queijo devia ter alguma coisa de especial, talvez fosse uma muçarela com Ç* – esqueci de conferir no cardápio. O molho era branco e tinha a textura meio aguada, deixando o pão levemente empapado, mas, mesmo assim, estava uma delícia, com uma puxada picante – picância diferente da da malagueta da francesinha. Perguntei para a garçonete do que se tratava o molho e ela foi conferir com o cara lá de dentro. Pouco depois ela volta e me diz que o cara lá de dentro tinha dito que o molho era “bechamel”, então, nós duas compartilhamos da mesma cara de interrogação e eu precisei procurar no google.
Para minha surpresa, o molho bechamel é… molho branco. Como venho de uma tradicional família da velha classe média, em que reza a lenda que bolo grande que murcha é suflê e galinhada é risoto, meu molho branco sempre foi leite com farinha, sal e milho em conserva. A receita do tal Bechamel é um pouco mais interessante, e a diferença do gosto está marcadamente na pimenta do reino e na noz-moscada.
Avaliação geral: o sanduíche é bom, com certeza vale o preço (14,5 se não me engano) e alimenta muito bem uma pessoa (ou duas que estejam bebendo).
Pedi então o Café Coco, que era o do circuito, e tive uma agradável experiência. Esperava algo muito doce e não foi bem assim (ponto positivo!). O café vem com uma cobertura de creme, coco ralado, calda de chocolate e uma barrinha de chocolate amargo mergulhada. A colherinha de mexer é charmosamente cheia (na medida em que uma colherinha de café possa ser chamada de cheia) de doce de leite. Apesar do que achei que iria acontecer, nenhum dos ingredientes deixou a coisa muito doce, e deu pra sentir bem o gosto amargo do café.
Depois de tomar quase tudo e começar a raspar o fundinho de chocolate derretido, os elementos finalmente começaram a se unir no meu paladar. Acho que o coco (tirando a óbvia textura fiapenta) não ficou tão evidente nas goladas, mas, no final, ele ganha espaço. Dei ótimas notas – acho que foi o que ficou com a maior somatória so far.
*Sim, eu sei.
Croc monsieur, como diz uma amiga, é só misto quente fancypants