Hoje fui num curso daqueles de colocar na parte “formação extra” do currículo. Era um workshop de dia inteiro sobre como fazer plano de negócios, com o intuito de arranjar parcerias entre as empresas participantes. Já tinha ido a pelo menos mais dois cursos desse estilo em anos passados e, a cada vez, há uma nova maneira de se abordar o tema. Um foi mais moderno, o outro foi mais “sustentável”. O de hoje, se fosse um sólido, com certeza seria um paralelepípedo. Por lá, não foram discutidos impactos ou intenções, tudo era orientado à alta competitividade e à lucratividade. Como o próprio consultor responsável pelo curso colocou, “o objetivo de toda empresa é ganhar dinheiro”.
Sempre me sinto um pouco deslocada quando o assunto é ambição financeira. É legal ganhar dinheiro? Muito legal. É legal vender a alma para ganhar dinheiro? Nem um pouco. Quero ficar rica? Não. O meu propósito, quando jogo na mega-sena (já fiz uma quadra! yei!), é sempre ganhar dinheiro o bastante para poder jogar tudo pro alto e investir meu tempo num trabalho que me dê mais prazer. Deve ser por isso que nunca ganho. Não preciso de tanto dinheiro para fazer isso, preciso é de coragem de enfrentar “nãos” e julgamentos. O mundo está cheio de gente que condena a prostituição do corpo, mas não tem problema nenhum em prostituir a alma e se justificar num escudo de estabilidade financeira. Ainda bem que eu não condeno a prostituição.
Em determinado momento da palestra, o consultor soltou uma comparação entre a geração dele e a de hoje: “nós tínhamos um sonho , essa geração de hoje – correu os olhos nos jovens empreendedores – quer dinheiro e quer agora”, ao que muitos dos mini-CEO concordaram (não tiro a razão deles). Lembrei daquele vídeo romântico que soltaram sobre a “nossa” geração, em que os jovens fazem as coisas por amor e querem realização pessoal em seus trabalhos. Tenho minhas dúvidas se mudamos tanto da geração anterior, que, segundo o palestrante, “tinha um sonho”.
Do curso, restou apenas um desejo de apagar todos os meus conhecimentos sobre marketing do cérebro, eliminar ameaças, oportunidades, fraquezas e forças. Trocar minha análise Swot pela sweet. Afinal, a empresa terezamaria não está tão preocupada em lutar contra a selva, mas sim em tornar tudo isso mais fácil pra todo mundo. O que fazer para adoçar a vida?
bonitinho. todos os diagnósticos do meu trabalho tem análise swot, nunca mais vou conseguir fazer sem pensar em sweet. sabe disso td o que me assusta? que eu seja um clichê geracional. :S
E qual seria o sonho dessa geração de antes?
ter uma empresa de sucesso para deixar pros filhos haha.