Há algumas semanas, li o primeiro volume da trilogia Jogos Vorazes. E gostei muito mais do que eu pensei que iria, sendo o livro classificado como “infanto-juvenil”. Gostei tanto que a primeira coisa que fiz foi passar pra frente para uma amiga ler, e ela também gostou. Daí, indiquei para outra amiga, que é da turma dos fanáticos por saga, e ela não aguentou e leu os três. Ficou claro que Jogos Vorazes é uma leitura que eu recomendo? Bom.
Se você não leu o primeiro e o segundo, aviso que este texto, a partir daqui, contém SPOILERS.
Resolvi ler o segundo livro da saga e comprei a versão em inglês desta vez.: Catching Fire (Em chamas, na versão em português). A Katniss, minha adorável heroína amarga, começa o livro contando sobre como tem sido a rotina desde que ela e Peeta voltaram vitoriosos dos jogos. Ela acha a vida de nova rica muito chata e, todo domingo, volta para caçar na mata com Gale. Conforme previsto pelo final do primeiro livro, não mantém o namoro com o Peeta, mas eles continuam encenando o romance para as câmeras. Se isso bastasse, estaríamos todos felizes.
Um belo dia, o presidente Snow resolve fazer uma visita para Katniss e fala que é melhor ela convencer Panem inteira que é uma jovem apaixonada, porque o bicho está pegando nos outros distritos e, com certeza, os rebeldes vão esquecer suas causas e vão parar de se rebelar se acreditarem que o amor existe. Arranjam um casamento. Apesar da ironia aqui, é até fácil entrar na onda do desespero pra provar que o relacionamento de Peeta e Katniss é verdadeiro.
No meio da coisa d’eles tentarem convencer todo mundo, o próximo Hunger Games é anunciado. Já sabíamos que iria ser especial em comemoração aos 75 anos dos jogos e que algo diferente iria acontecer, como em todo jogo múltiplo de 25. Anunciam, então, que o algo diferente é colocar tributos vencedores das edições anteriores para lutar. Então, lá vão Katniss e Peeta de novo, matar outros vencedores, alguns deles bem mais velhos.
Achei a história ainda menos infanto-juvenil que a anterior. Eu chorei (aka. derramei lágrimas) em seis trechos, devidamente marcados e, toda vez que vou ler de novo, choro de novo. Não são trechos em que o romance é lindo ou o drama é escancarado, mas em que o nível de crueldade que se tem para chegar àquela situação é muito maior do que o suportável pelos meus conceitos morais. Um outro destaque positivo da obra é o personagem de Peeta, que cresce bastante, e, se no primeiro livro ele tomava o papel de donzela da história, aqui ele mostra uma personalidade forte e une forças de igual para igual com a Katniss.
Continua uma leitura divertida? Continua. Pelo menos por 99% do livro. Os deslizes de “preguiça autoral” que a autora comete no primeiro são menores neste. O novo jogo voraz narrado consegue ser diferente do anterior. Parece que é a capital lutando contra os tributos, e não uma guerra interna. A gente fica o tempo todo na expectativa de que todos se aliem contra a capital.
Existem muitos momentos de clímax em que eu até levantei da cadeira e andei nervosa de um lado para outro para ler, mas a maior parte deles acontece fora dos jogos. Nos jogos propriamente ditos, achei a tensão estabelecida entre os momentos de ação bem menor do que no primeiro volume, e, proporcionalmente, meu envolvimento com os demais personagens foi muito maior.
Então, estamos indo maravilhosamente bem até chegarem as dez páginas finais. De repente, aparece um fator alienígena (sentido figurado) no meio da história que, pelo menos para mim, funcionou como um balde de água fria. Pelo que já me falaram sobre o primeiro filme (ainda não vi), acredito que a adaptação do segundo deva ser melhor do que o livro, porque devem mostrar muito dos bastidores, que não vemos quando estamos lendo do ponto de vista da Katniss.
Devo ler o terceiro no mês que vem. Quase todas as críticas que vi sobre esse último, apontam que é o mais fraquinho na história. Mas, neste vlog daqui, a moça fala que o terceiro é um livro bem “bélico” e acredito que possa gostar de alguma coisa. O desapontamento, aparentemente geral, com o final da saga não muda muito minha vontade de terminá-la, veremos.
Catching Fire, Suzanne Collins
Bem escrito? *****
História boa? *****
Fácil de ler? *****
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