A Marcinha

O meio-fio nunca me pareceu tão confortável. Uma fileira de formigas rodeando um invertebrado qualquer ali, um nó na garganta e eu já podia sentir o fluxo sentimental. Sofá de casa, caralho. E o filhadaputa do Bebeto vomitando no tapete. Tenho uma puta mágoa do Bebeto vomitando no tapete, a Marcinha me escrachou no dia. A porra do sofá fedendo a cigarro, não tava bom o bastante, tinha que colocar o Bebeto pra vomitar no tapete. E, sei lá, ela tinha razão. O Bebeto podia ter vomitado no banheiro… Uma  zanzava perdidona em círculos aleatórios longe da fileira. Louco isso dos feromônios… A Marcinha, cara. O cheiro da Marcinha era coisa de outro mundo.  A bronca da Marcinha sempre cheirava à colgate. Que que dava naquela mulher pra escovar os dentes antes de descer a lenha, não sei. Meu estômago embrulha até hoje com propaganda de total 12. Uma merda.

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