Mais uma sobre amor

E eu não sei se te amo ou se só me acostumei a este sentimento. E de costume, acordo todos os dias pensando em você, e num ou dois ou três momentos das minhas manhãs e tardes, lá está você imaginária, me enchendo de preocupações e incertezas. As coisas não são bem como eu consigo dizê-las, então você me liga de noite, porque não entendeu isso ou aquilo e, afobada, atropela algumas palavras. E pode não ser nada disso, ou pode ser isso e muito mais, mas, como já disse, me acostumei a este sentimento. E não sei se te amo.

Não sei se há uma medida de quantos desencontros e desavenças são necessários para que se desista, para que se desacostume de sentir o que já está por aqui há tanto tempo. Não sei o quanto você terá de mudar para que eu abandone minhas convicções (só sei que me acostumei a este sentimento, e não sei se te amo). Não sei se é o corte de cabelo, se é o peso na balança, se é um não gostar maior que o gostar, ou se vai ser um gostar mais de algo a mais, aquilo que poderá me dissuadir de sentir o que sinto neste momento (e no momento anterior).

Também não saberia responder se o que sinto já foi menor (ou maior). Acredito que, se o fosse, eu não estaria assim tão acomodado. Poderia concluir que há de ser (e ter sido) sempre o mesmo, e o mesmo, e mais uma vez; mas as certezas correm de mim como pássaros assustados. E você já deve, ou deveria, estar acostumada a essa minha indecisão. De continuar a não saber se te amo ou se só me acostumei a este sentimento.

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