
A mulher do Uol quer casar, não divide conta, é bonita e dona de casa.
Ser mulher não é diferente, ser mulher é ser igual. É ser humana e estar aqui, e estar ali e em todo lugar.
Ser mulher é acordar um dia e não querer sentir medo por ser mulher (e estar dirigindo à noite, e estar viajando sozinha).
Ser mulher é se dar ao luxo de esquecer que todas as escolhas que são feitas, por ser igual a quem não é mulher, foram conquistas.
E que todas as escolhas que são feitas, por medo de ser mulher, faltam ser conquistadas.
Ser mulher é ser mais especial (do que quem não é mulher) por ter atingido algo, por ter chegado a algum lugar, daqueles que quem não é mulher chega todo dia.
Ser mulher é querer se sentir dona de tudo que vai do dedão do pé à ponta do cabelo. E ter alguém na rua querendo convencê-la do contrário.
Ser mulher é olhar para a outra mulher e se ver no espelho, é tentar não jogar nela (mesma) tudo aquilo que aprendeu desde sempre, que o corpo é feio, que a saia é curta, que a opinião não importa.
Ser mulher é viver com um peso, é viver com um útero. É ser mãe e é não ser mãe – e ter que convencer a todos de que não se importa.
É ser jovem e ser velha – e não sentir culpa por isso.
Ser mulher é amar homens e/ou mulheres. Ou não amar ninguém.
E tem aquilo, mulher não se nasce, mulher se constrói. Porque ser mulher não é diferente, é ser igual.