Primeiros dias em um país estrangeiro em que teoricamente eu não posso sair sozinha a noite por ser mulher (vide), sem internet, o que fazer? Ligar a televisão para assistir:
Uma paródia de cantando na chuva, Bollywood style, passando no canal Cine Classic Songs. Depois de dois minutos assistindo à versão indiana do Didi Mocó que dançava em preto e branco, cheguei à conclusão que aquilo devia ser realmente engraçado dada à intensidade das monções por aqui.
E era apenas um dos mais de 100 canais de filmes, praticamente todos indianos, separados por língua (cada região daqui tem seu próprio dialeto), estilo, estilo e língua, etc… Tem até um Movies for men que eu acho que é inglês e nem é de pornografia! Passa documentários sobre a segunda guerra mundial, porque é isso que homem assiste, né.
Falando em machismo, não importa se numa praia com moças fazendo topless ou se dentro de uma caverna com uma mulher de burca, propagandas de desodorante e produtos de limpeza serão as mesmas. Um homem passa o desodorante e magicamente todas as mulheres se jogam nele. A dona de casa apressada usa tal produto que deixa toda a família feliz e limpinha e ela ainda fica com tempo para… Abraçar os filhos. No jornal, um anúncio de pé de página mostra duas mulheres de jogadores de Críquete falando como lavam as camisas de seus maridos.

A pelada da firma deve ser mais ou menos assim. Foto tirada daqui.
Críquete. Esse é o nome do esporte nacional e está na época da temporada. Já recebi no meu celular uma promoção para comprar notícias sobre os resultados por mensagem, por apenas 30 rúpias (R$1). E já assisti a parte de uma partida em um bar com colegas do trabalho… Deu pra entender mais ou menos o sistema de pontuação e que a temporada de agora é de uma versão reduzida do jogo, em que as partidas duram em média três horas e meia. SÓ.