Aqui em Mumbai todo mundo se localiza por pontos de referência. Não adianta falar nome de rua: ninguém, nem o mais experiente dos motoristas, conhece. Os prédios também não tem numeração, têm nomes. É bem provável que as pessoas conheçam o nome daquele prediozinho malacabado lá no fundo do condomínio e não tenham nem ideia do nome da rua.
Em todo caso, o que vale mesmo é a tal “landmark”. Sempre que vou a um lugar novo, pergunto para meus colegas “para ir pra este lugar, o que eu falo pro rickshaw wala?”. O marco de perto da minha casa, por exemplo, chama “Bhavans College”.
Quando preciso voltar para a casa, aceno para o tuctuc e segue-se o seguinte diálogo com o motorista (que define se ele vai ou não pegar a corrida):
Eu: Bhavans?
Ele: T32%#@ #$@#532 @%@#5?
Eu: Bbhãwwans?
Ele: $@5?
Eu: Bbhãwwans College?
Ele: Bhavans!?
Eu: Haan (sim)! [com viradinha de cabeça]
Então, 2 de cada 3 tentativas, o motorista desvia o olhar, faz cara de Odete Roitman e acelera, me deixando com as mãos abanando (para o próximo tuc tuc que passar).
Os motivos variam: ou é perto demais, ou é longe demais, ou tem trânsito, ou está chovendo, ou os astros desaconselham… E eu nem ligo mais do motorista recusar a corrida, mas me magoa o desprezo de nem te olharem pra falar que não vai dar.
Fica a dica, quer se locomover em Mumbai? Sempre conheça o marco perto de onde quer ir. Uma vez nas redondezas, repita o mantra: googlemaps é meu pastor, nada me faltará.
Ai que loucura! E dá pra sobreviver com Inglês no dia a dia ou tem que aprender Hindi?? Não sei viajar sem Google maps tb!
Haha, dá tranquilinho, tipos nao é todo mundo que fala, mas o basicão dá pra comunicar. Quero aprender hindi ainda…