Memórias de 2011 e 2012

Quando fiz o post passado sobre meus amigos, pesquisei no meu e-mail o que eu já tinha dito sobre eles, e encontrei um relato  sobre o fim de 2011 e começo de 2012 que fiz para outros amigos. Tão legal ver o que eu estava pensando (e reler o que eu estava fazendo) na época:

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No meu blog do Bazar, dá pra ver um tanto do que eu me desfiz em 2011

Terminei 2011 com um projeto de desapego aqui em casa, vendi algumas coisas, me desfiz de muitas outras, mas não consegui meu propósito ainda – manter apenas três caixas de coisas, incluindo roupas, livros, filmes, tudo – a preguiça falou mais alto.

Depois do Natal, fui para um retiro espiritual e passei a virada por lá, dormindo. A rotina do retiro era mais ou menos pautada pelos horários da comida, limitada, mas aparentemente bastante calórica: comíamos um mingau de aveia reforçado às 8h30 com fruta, pão e chá, almoçávamos alguma coisa com muitos carboidratos e sem carne às 13h00 e tomávamos uma sopa com sobremesa e pão às 16h30.  Depois disso, só comíamos no outro dia.

Também tinha o horário de silêncio, não podíamos nos comunicar das 16h30 às 9h30, mas, na prática, só conversava com os outros que estavam por lá na hora do almoço. Teve o caso da moça que chegou na hora do silêncio, pra ficar no quarto em que eu estava, mas a gente não podia nem olhar nos olhos da pessoa durante esse horário, então só deu pra ver que ela tinha trazido um livro da Isabel Allende. Às 11 da noite, eu e a outra colega de quarto estávamos dormindo e a novata nos acorda. Ela tinha pisado num bicho ao ir ao banheiro e o pé dela estava inchando, com bolinhas roxas e doendo havia 20 minutos e ela não sabia o que fazer. Chamei o ajudante do retiro, que, por sua vez, chamou o dono, que, por sua vez, a levou para o hospital.

Fiquei meio dia a menos no retiro (além de ter furado o isolamento entrando na internet do celular) e a moça do bicho me deu carona pra São Paulo, onde fiquei no apartamento do João, que parece um hotel (são três quartos mobilhados, e os outros quartos ficam vazios enquanto a família dele não está lá). Sinto muita falta do João desde que ele foi trabalhar em São Paulo.  Costumo dizer que ele é o único amigo de quem sinto falta física, de querer que esteja sempre perto (com os outros, me acostumo com a distância, com ele, não).

No dia em que eu cheguei, esperei ele voltar do trabalho e assistimos, em casa mesmo, Drive, que gostei bastante. No outro dia, tentei ir ao mercado municipal que, como sempre que vou pra SP, estava fechado, então fiquei em casa assistindo aos cinco primeiros episódios de Mad Men. Quando o João voltou, assistimos no cinema Missão Impossível, que não gostei tanto, mas é divertidinho. Eu passaria o resto da vida com um filme por dia com o João.

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Eu e a Lívia, deitadas no chão da Pinacoteca.

No terceiro dia, saí com a Lívia, que estava por lá resolvendo os últimos detalhes antes de sua viagem de volta ao mundo (http://eusouatoa.com/) e fizemos programas bem legais. Fomos almoçar num restaurante grego, o Acrópoles, que, apesar do ambiente cantina/despretensioso, é um dos mais tradicionais de SP (http://restauranteacropoles.com.br/). É meio a la carte:  você vai numa janelinha da cozinha e aponta o que vai querer comer (alguns pratos têm opções de acompanhamento, outros vêm com o acompanhamento definido). Comemos um camarão gigante, empanado e com trocentas coisas em cima, risoto de frutos do mar, cordeiro assado, batatinhas, arroz normal e mais algum outro acompanhamento que já esqueci. Tudo muito muito muito gostoso. Com a Coca Cola, deu R$70,00 pra cada, não achei caro. Quando for lá de novo, quero experimentar a berinjela recheada, que deixou saudade (daquilo que eu ainda não comiii –  cantarolando ao ritmo de legião urbana).

Depois do almoço, fomos à Pinacoteca, que estava linda, e, depois, para não perder o costume, ao Museu da Língua Portuguesa, que está horroroso. Em seguida, ainda passamos numa mercearia que fica numa das ruas que cortam a Augusta e comemos o que tem a fama não-oficial de ser “o melhor pavê de São Paulo”, mas, como tudo da categoria ‘lanchonete’ que é “o melhor de São Paulo”, não chega aos pés de um bom pavê por aqui. Não é muito gelado, não tem consistência boa e é muito doce, mas foi uma experiência legal porque é servido num guardanapo dentro da mercearia que é entulhada de coisas, sem nenhum lugar pra sentar (ou ficar em pé).

De noite, voltei para BH, fazendo a melhor aquisição da minha vida: passagem de ônibus leito. Fechei os olhos na rodoviária de SP e só abri de novo em BH (na ida para o retiro, um cara que roncava alto sentou do meu lado, no ônibus executivo, e não dormi a viagem toda). Avião, primeira classe, me aguarde algum dia.

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Sobre a (futura) viagem pra Portugal

Terminadas as férias, as burocracias (e não burocracias). No fim do ano passado, tinha feito planos e economizado para começar um investimento na bolsa, daí decidi adiar um pouco e viajar para Europa. Pra quem ainda não sabe, domingo que vem vou para Portugal e volto dia 28. Vou passar em Lisboa, onde verei o Alan, depois vou pro Porto, depois vou pra Paris, e depois retorno a Lisboa.

No trabalho: durante a TPM do mês passado tive uma crise monstra com insatisfação com o emprego, e me programei financeiramente para pedir demissão no dia 10 de março. Daí que aconteceu uma coisa muito boa: ganhamos um edital de incentivo à inovação que nos garantiu (no papel, até agora), um fomento de 2,9 milhões pra os próximos dois anos. Essa é uma parte do que eu faço na empresa, participar de editais. Então fiquei bem feliz e, mais uma vez, desisti dos planos de demissão, até a próxima crise. Para contrabalancear, até o fechamento deste e-mail (haha), tinha perdido um contrato ótimo de vídeo, porque coloquei um valor estratosférico na proposta – tinha lá minha razão. Agora fico amaldiçoando quem ganhou para que não façam um trabalho tão bom e o cliente volte para mim.

No mais, meus planos futuros concretos são: contratar uma faxineira quinzenal, investir na bolsa e ganhar muito dinheiro com isso, conseguir algum músculo, recontinuar a dieta, fazer meu mochilão pela América Latina nas férias de final de ano, terminar o projeto da minha pós (sim, ainda não) e montar este quebra-cabeça (quem quiser, pode me dar de presente no aniversário).

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Meus objetivos não-concretos são: 1. aprender a criar dependências e ser mais paciente com as pessoas em prováveis relacionamentos mesmo que (principalmente se) eles sejam somente virtuais para que algum dia possam se tornar reais (amém). 2. sair da minha zona de conforto e achar programas que me divirtam para que eu consiga ativar minha vida social, porque não suporto mais boate e ainda não descobri o que eu gosto de fazer nesta nova fase (duas conquistas deste ano já: descobri minhas duas bebidas favoritas, margarita e mojito, e meu estilo musical favorito: indiefolk).

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