Lívia, sinto sua falta

juventude

Lívia e Eu, Eu e Lívia

 

A primeira vez que eu vi a Lívia foi no Orkut. Estava fuçando todos os aprovados do vestibular em que eu também tinha passado. E lá estava ela, com sua maquiagem teatral, um lápis de olho roxo e o rosto branco de pó. É claro que quis ser amiga. A gente acabou se aproximando apesar de termos personalidades praticamente opostas: eu escondendo a cabeça na areia, e ela de biquíni dourado na varanda da Starship Enterprise. O tipo de pessoa que te empurra do avião antes que você saiba como abrir o paraquedas.

E eu fui saber que a Lívia seria essse tamanho de problema na minha vida num lançamento na livraria em que ela trabalhava – cara, a Lívia era tão cool que trabalhava meio período numa livraria de livros em espanhol num dos primeiros períodos da faculdade. Lá, conheci uma “amiga da Lívia”: antes de me dar bom dia, por baixo de seu chapéu bonequinha de luxo e por entre seu batom vermelho, perguntou: “Você gosta de dançar?”. Minha resposta de avestruz foi algo assim: “mfsfesd.” “Ah, é porque a Lívia adora dançar, se você é amiga da Lívia você deve gostar de dançar”.

Naquela época não tinha certeza se eu era amiga da Lívia mesmo, mas daí a gente começou a sair pra dançar. Íamos onde houvesse música legal  – desde que fosse algo entre Mary in Hell e Obra, cof cof. Arrasávamos no mastro da Up!, sensualizando com Crazy (nossa música tema, acima), ou girando quando começava a sequência de fim de noite com When I grow up do Garbage e My Favorite Game, dos Cardigans. Não viveu quem nunca girou na velocidade 5 no mastro da Up!

Nessas noites acabei aprendendo que a Lívia tem muitos amigos e, a seu contragosto, categorizei o que seria um genuíno “amigo da Lívia”. A Lívia é amiga do “pessoal do teatro”, dos tilelês do festival de Diamantina, é amiga daquele cara que tem um blog super legal, da estátua viva da feira hippie, de um astro mirim esquecido, de uma palhaça profissional, e, olha só, a Lívia é minha amiga.

E foi meio por conta da Lívia que eu vim morar tão longe. Ela fez uma viagem de volta ao mundo e eu defini muito do que eu queria conhecer pelos seus olhos (e fotografias). Daí eu vim, daí eu fui e vi depois algumas das coisas que ela viu antes. Nesse meio tempo, já faz anos que eu não danço com a Lívia – pelo que o destino nos reserva, ainda não vai ser por agora que vamos nos reencontrar. Mas, mesmo de longe, ela continua sendo uma grande influência nesses aviões dos quais de vez em quando eu pulo e nas pequenas coragens tão necessárias. Obrigada Lívia! Sinto sua Falta!

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